O titulo é plágio de um belo filme do Woody Allen.
Quem tem mais de 50, sabe do que estou falando.
Não importa, se você tem 50 ou menos, você acabará sabendo tudo sobre as ditas sacolinhas, alvo de "contras" e a "favor" da eliminação das dita-cujas.   Uma amiga minha e ex-colega do INPE, entre 1969 e 1972, Mary Lou, nos encaminhou uma postagem com informações sobre o tema, fora-de-série,"hors-concours", muito especial. Ela nos transmite uma experiência de vida, sobre a sua dificuldade de adaptar-se a realidade de um país muitos e muitos anos a nossa frente. Ela narra o choque cultural, quando há mais de trinta anos mudou-se para o Japão, com o marido japonês. Acompanhe:
"Lixo no Japão"
"Quando
 fui morar no Japão, em 1981, a coisa que mais preocupava era a seleção 
do lixo. Tanto que o primeiro artigo que escrevi para a Revista Portal, da comunidade nipo-brasileira(não circula mais), foi sobre esse assunto. 
Não estava ainda acostumada em selecionar o lixo, que na época era apenas dividido em combustível e não-combustível (que não significava reciclável). Tinha dúvidas atrozes como: esta meia que puxou o fio e' combustível ou não-combustível, por exemplo. Kiyoshi me ensinava tudo e, na dúvida, esperava ele chegar para elucidar meu problema. O meu medo e' que, sendo a única "gaijin" (estrangeira) da vizinhança, iam logo descobrir que eu tinha sido a causadora de algum envenenamento geral por errar na separação do lixo.
Não estava ainda acostumada em selecionar o lixo, que na época era apenas dividido em combustível e não-combustível (que não significava reciclável). Tinha dúvidas atrozes como: esta meia que puxou o fio e' combustível ou não-combustível, por exemplo. Kiyoshi me ensinava tudo e, na dúvida, esperava ele chegar para elucidar meu problema. O meu medo e' que, sendo a única "gaijin" (estrangeira) da vizinhança, iam logo descobrir que eu tinha sido a causadora de algum envenenamento geral por errar na separação do lixo.
Também descobri que havia ilhas "de lixo", que
 não eram lixão, mas sim, aterros feitos na Baía de Tóquio, utilizando 
lixo não perecível como um dos materiais. Quis conhecer essas ilhas. 
Para o meu espanto, eram muito aprazíveis, com parques, árvores, flores, 
pássaros e observatórios para pássaros, avenidas largas e muita área de 
lazer. Não cheiravam mal e eram seguras. Tinha imaginado que essas ilhas
 eram feitas de fraldas descartáveis que levam mais de 500 anos para se 
decompor, catálogos telefônicos velhos, latinhas vazias e esmagadas de 
refrigerante e outros produtos domésticos, tudo grudado com chiclete. 
Qual! Eram aterros bem feitos, havia camadas de terra e por cima ninguém diria que eram feitas de lixo.
Qual! Eram aterros bem feitos, havia camadas de terra e por cima ninguém diria que eram feitas de lixo.
Havia e ha' também usinas de lixo, em alguns pontos da cidade e as 
pessoas podiam utilizar as piscinas térmicas, com calor gerado pela 
incineracão de lixo, que eram construídas ao lado delas. Nada de gases 
tóxicos, resíduos e cheiro ruim nesses lugares.
Nessa época ainda se
 usavam os sacos plásticos de supermercado para descartar o lixo. E eu também os usava.
Mas, pouco tempo depois, numa viagem a Europa, descobri que os supermercados de lá cobravam pelos sacos de plástico. Eu, desavisada, tive que pagar o meu na Alemanha. Mas logo descobri que toda gente levava sua própria sacola ou utilizava as caixas de papelão colocadas a disposição perto dos caixas. Comprei uma linda sacola, que levei quando voltei ao Japão. Ela ficava pendurada na entrada da casa e, quando eu ia ao supermercado, ela ia comigo. No começo, os caixas de supermercado estranhavam aquela "gaijin" que recusava os sacos plásticos. Pouco tempo depois, os supermercados passaram a estimular quem levava sua própria sacola, oferecendo um troquinho para quem tivesse 20 carimbinhos num cartão, que eles distribuíam e carimbavam a cada compra sem sacola. Assim, ja' não precisava ver a cara feia que faziam para mim quando eu recusava os sacos plásticos.
Mas, pouco tempo depois, numa viagem a Europa, descobri que os supermercados de lá cobravam pelos sacos de plástico. Eu, desavisada, tive que pagar o meu na Alemanha. Mas logo descobri que toda gente levava sua própria sacola ou utilizava as caixas de papelão colocadas a disposição perto dos caixas. Comprei uma linda sacola, que levei quando voltei ao Japão. Ela ficava pendurada na entrada da casa e, quando eu ia ao supermercado, ela ia comigo. No começo, os caixas de supermercado estranhavam aquela "gaijin" que recusava os sacos plásticos. Pouco tempo depois, os supermercados passaram a estimular quem levava sua própria sacola, oferecendo um troquinho para quem tivesse 20 carimbinhos num cartão, que eles distribuíam e carimbavam a cada compra sem sacola. Assim, ja' não precisava ver a cara feia que faziam para mim quando eu recusava os sacos plásticos.
Ao mesmo tempo, as prefeituras começaram a
 fazer uma seleção do lixo baseada não apenas em 
combustível/não-combustível, mas em diversas categorias. Na frente dos 
supermercados a gente deixava as garrafas PET lavadas em um latão; as 
tampas de plástico dessas garrafas em outro, as caixas de leite 
devidamente lavadas, secas e abertas em outro. No meu prédio, havia 
separação por 19 ítems diferentes: lixo orgânico, 
papéis, jornais e revistas, garrafas de vidro transparente, garrafas de 
vidro marrom, lâmpadas fluorescentes+comuns, latas de conservas, 
garrafas e recipientes de plástico, papelão, roupas para reciclagem, 
pedaço de madeira, terra e outras coisas mais. O lixo de grande porte 
era um caso a parte: a gente precisava marcar com a companhia de limpeza
 urbana para que viessem busca'-lo, mediante um pagamento. Quanto aos 
eletrodomésticos, em geral, as lojas que nos vendiam os novos, levavam os
 velhos…
Outra mudança: as prefeituras passaram a vender sacos plásticos 
semi-transparentes de um
 material degradável, que tinham neles o carimbo da cidade. Era a taxa 
de lixo (não havia outra!). Assim, quem produzia mais lixo, pagava mais, 
porque precisava de mais sacos plásticos e o lixo não colocado nesses 
sacos não era recolhido, mas era marcado, com uma advertência colada 
nele.
No final da década de 1980 e inicio da de 1990, o Japão recebeu um 
grande número de dekasseguis brasileiros. Eles moravam e trabalhavam em 
cidades pequenas espalhadas pelo pais. Então, cada cidade mandava 
traduzir os folhetos explicativos de separação de lixo, de datas de 
coleta etc. Eram folhetos fáceis de entender, com muita ilustração e 
cores. Os responsáveis dessas prefeituras pensando nesses trabalhadores 
brasileiros, mandavam traduzí-los para o português. Fiz muitas traduções 
desses folhetos, pois cada prefeitura tinha o seu sistema de seleção de 
lixo diferente. Kiyoshi ria de mim, dizendo que eu tinha PhD em lixo! 
Pelo menos, já não tinha medo de passar a
 vergonha de não saber separar o lixo.
O tempo passou e vim 
morar no Brasil, em Floripa. Aqui ha' separação de apenas lixo orgânico e
 lixo reciclável e não ha' impedimento do uso de sacos plásticos. Apenas,
 agora, as pessoas estão se conscientizando e utilizando sacolas e 
carrinhos para as compras no supermercado. Ainda me olham feio quando 
recuso em todas as lojas que me deem sacolas de plástico, mas ja' passei 
por isso, e sei que logo vão me achar normal e não uma velha excêntrica!
Das ultimas vezes em que fui ao Japão, vi na casa de Kiyoshi uma 
máquina de compactar o lixo orgânico. Kiyoshi aproveitou que a 
prefeitura local estava oferencendo na época estes aparelhos por um 
preço menor, para quem se habilitasse. Ela e' compacta e se ajusta 
perfeitamente as casas japonesas, que são bem pequenas. Kiyoshi a 
batizou de Chorumina.
Chorumina trabalha silenciosamente e o resultado e' um lixo ate' 
cheiroso e fácil de ser descartado.
 No caso dele, um amigo que tem uma pequena plantação, faz uma troca 
entre o resultado do trabalho da Chorumina, que junto com algumas 
bacterias se transforma em composto, por algum vegetal ou fruta que tenha 
plantado e colhido. Os dois estão satisfeitos e "o planeta agradece", 
como se diz."
Mary Lou Rebelo
Florianópois, 5 de fevereiro de 2012
Assim, amigo pinhalense, esse texto acima enviado pela minha amiga Mary Lou, mostra que é melhor a gente ir se acostumando com a Lei da Sacola Plástica de autoria do nosso vereador José Antônio, e que já deveria estar funcionando aqui na nossa pequena cidade pelo menos há dois anos. Como vemos, é uma  questão cultural e de tempo. 
Caro amigo Nunes,
ResponderExcluirReportagens como esta postada, é o combustível que me motiva continuar trabalahndo para o melhor de Santo Antonio.
Vivi por 12 anos na Alemanha e lá, como muitos paises desenvolvidos, o hábito de reciclar inicia-se ainda na escola maternal e tem continuidade dentro do lar.
A proposta da "Lei da Sacola Platica" era somente um "ponta-pé" inicial para uma grande campanha ambiental de concientização global que iria colocar Santo Antonio do Pinhal entre as cidades mais ecológicas deste país, gerando renda aos seus cidadãos e elevando o IDH do povo pinhalense.
Forte abraço.
Amigo Zé Antônio
ExcluirMas é isso mesmo. Não desista. Continue a sua luta. Santo Antônio precisa muito de pessoas como tu: "pinhalense puro-sangue", fruto da terra, mas com experiência internacional, visão do mundo, que enxerga "além das montanhas,...com uma boa formação acadêmica, educação, sensibilidade política,...
CONTINUE....
Nunes