sábado, 26 de novembro de 2011

LEVANTO, uma das 70 cidades italianas do "Bem Viver"

texto baseado em matéria do Globo Repórter, de 06/12/2.010

Levanto. é uma pequena cidade italiana, menor que Santo Antônio do Pinhal. Tem menos de 6.000 habitantes. 
Levanto é uma comuna da província de La Spezia, na região da Ligúria, localizado a cerca de 60 km.,a sudeste de Génova, e a pouco mais da cidade de Siena.

Levanto, é a porta de entrada do Parque das Cinco Terras, Patrimônio Natural da Unesco, com rochas cultivadas, um Mar Mediterrâneo limpo e um santuário de baleias.
A cidade está na costa do Mediterrâneo, no final de um vale, densamente arborizado com oliveiras e pinheiros. O município faz parte do distrito costeiro conhecido como o Montana Comunità della Riviera Spezzina, e parte do seu território está incluído no Parque Nacional Cinque Terre.


Levanto é uma das 70 cidades italianas que adotaram oficialmente as regras do "slow vívere", ou "bem viver".
A experiência que começou há dez anos é considerada tão bem sucedida que é chamada de "Modelo Levanto" pela Unesco, por ela considerada como Patrimônio Natural da Humanidade. 

Na cidade do "bem viver" todo mundo pedala, desde o prefeito, que vai trabalhar de bicicleta, assim como o cozinheiro, o artista, a comerciante e o guia turístico.
Há séculos, homens desafiam abismos para cultivar a uva, azeitonas e legumes e hortaliças. Só vendo.
Há mais de 1.000 anos eles conquistam as encostas para poder produzir e tirar das escarpas o sustento de suas famílias. Um exemplo para nossa cidade e para as autoridades ambientais, da agricultura e do turismo, de todo o país. Principalmente do nosso pequeno município, com tantas semelhanças com Levanto e outras tantas cidades italianas do Bem Viver.


As azeitonas que crescem na região estão classificadas entre as melhores do mundo, como o seu azeite. A cozinha é irresistível, com o molho de alho e manjericão socados. As frituras são feitas em puro óleo de oliva extra-virgem. Por decreto, a oliveira se tornou monumento nacional.
Esse é outro exemplo para nossos líderes empresariais e as nossas autoridades. O respeito e a recuperação do patrimônio histórico, é uma prioridade desejada por toda a comunidade da região da Ligúria, que souberam, em tempo, instituir o "agriturismo". A completa integração da agricultura sustentável, da pecuária de pequeno porte e artesanato de qualidade, com o Turismo. Visitar a região da Ligúria e Toscana seria uma aula ao vivo, para nossos empresarios, legislativo e executivo de Santo Antônio. Principalmente o executivo, a quem cabe a maior responsabilidade pelo presente e o futuro do município. Precisamos repensar nossa cidade.


A CIDADE DE LEVANTO
Os mármores coloridos, explorados na Antiguidade, deram o nome da cidade a uma cor: o vermelho Levanto. O primeiro povoado surgiu em época romana, mas as maiores conquistas são obras muito recentes.

Levanto é uma das 70 cidades italianas que adotaram oficialmente as regras do "Bem Viver".
A experiência que começou há dez anos é considerada tão bem sucedida, que é chamada de "Modelo Levanto". Em uma paisagem de rochas e mar, em um terreno selvagem e até hostil, cinco mil habitantes tentam construir a cidade ideal: bonita, humana, auto-suficiente e lenta. A lentidão é a ultima tendência italiana que está contagiando a Europa.
E o mundo, acrescento.

Conhecemos Levanto e o território do Parque das Cinco Terras pelas linhas de trem à beira-mar, que chegaram no fim do século 19, e por estradas abertas há apenas 30 anos. As novas construções estão proibidas desde então, pelas águas protegidas!!! de uma reserva marinha repleta de vida.
O prefeito atual de Levanto, Maurizio Moggia, tenta explicar como se muda uma comunidade em tão pouco tempo. Fatos históricos deram o empurrão. Até o fim dos anos 80, a maioria da população trabalhava em uma indústria de armas, perto da cidade. Com a queda do muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, esse mercado(de armas) acabou.
A cidade iria falir se a prefeitura não tivesse agido rapidamente. "Tentamos trazer de volta um modelo de vida das nossas tradições. Fomos procurar no passado a nossa identidade cultural", revela Maurizio.

Levanto possuía a vocação natural para o turismo. Mas, para criar um turismo diferente era preciso mudar algo difícil: a forma de pensar.  Atenção pinhalenses e empresários que adotaram  a cidade, para viver e investir, gerando empregos!!

Foi o ex-prefeito Marcello Schiaffino quem começou a grande transformação. Enviou uma carta a cada uma das 2,5 mil famílias de Levanto. "Decidi escrever: quem tem ideia e vontade de investir, nós vamos ajudar”, explica.
As famílias começaram a transformar as próprias casas em pequenos hotéis, oferecendo cama e café da manhã, e a abrir pequenos negócios. (exatamente igual ao que fizeram a Beth e o Luiz, do Restaurante da Beth,  exemplo de empreendedorismo na nossa cidade).  Era importante impedir que a população abandonasse a cidade. Porque turista não gosta só de praia, também quer conhecer o povo com as suas tradições. Cada um fez a sua parte.
O chef Lorenzo Perrone recusou convites para trabalhar em Roma e Milão e ficou na cidade natal para recuperar pratos esquecidos, como o gattafin, um delicioso pastel recheado com ervas, e o bolinho de bacalhau, que na Itália já foi comida de rua. “Antigamente se fazia o cone com papel de pão e se comia nos bares com vinho branco. Nós, italianos, temos paixão por aperitivos”, conta Lorenzo.
Luigina Piselli, que produz a mão, o melhor pesto genovese de todo o vale, abriu uma loja de delícias locais. As suas aulas de culinária são muito atraentes. Luigina sustenta que o pesto genovese é o molho mais amado no mundo, depois do de tomate. “Teve um momento em que a minha filha quis ir embora, mas decidiu ficar. Aqui é bom para os filhos crescerem. Eu penso que entre nós, italianos, exista esta vontade de procurar estes gostos do passado", aponta.
A filha também abriu um pequeno negócio. E as quatro gerações da família puderam permanecer juntas.
O escultor Renzo Bighetti que viajava pelo mundo, desembarcou em Levanto, para ficar. “Escolhi viver uma vida mais recolhida, lenta e meditativa. Gosto de andar por aqui de bicicleta. É meu modo introspectivo de procurar coisas. Pareço um preguiçoso, mas sempre encontro uma ideia para trazer ao atelier e dar forma", explica.
Marco Scaramucci abandonou os trens de alta velocidade, onde era fiscal de passagens, para se tornar guia turístico no mar e na terra. "Antes, eu fazia uma coisa de que não gostava, mas fazia para fazer feliz outra pessoa. Depois, decidi ser feliz eu mesmo”, revela. “Se eu dissesse como fiquei reduzido economicamente, deveria ser estressado. Vendi uma casa, a outra está hipotecada. Mas estou feliz e não tenho estresse."
Na busca das tradições do passado, o aposentado Franco Andreoni, por iniciativa própria, promoveu uma façanha fazendo o cruzamento com diferentes tipos de castanha.
Franco trabalhou na ferrovia de Gênova. Sempre amou as castanhas, fruto que matou a fome de muitas gerações de italianos. Abandonadas nas ultimas décadas, as castanheiras da região tinham virado selvagens.
Aos 71 anos, Franco já tornou produtivas mais de 400 delas. “Eu fiz, porque foi uma satisfação grande também para mim. A castanha tem tantas vitaminas, mas com tantas calorias é preciso tomar cuidado", declara.
O piquenique com a família de Franco foi um dos bons momentos da viagem. Experimentamos os pratos de uma cozinha muito simples: a torta de arroz e as receitas com a farinha de castanha. Mais tarde, na doceria histórica, conhecemos a famosa Torta Levanto, que atrai muitos turistasexatamente como as tortas da Cristina, do Eduardo Miguel, com massa folhada, geléia de damasco, fécula de batata, amêndoas e avelãs para decorar.
O secretario de turismo e cultura, Paolo Lizza, nos convida para dividir com ele o café da tarde. Na Levanto de hoje, todos fazem pausas durante o trabalho.
"Nosso modo de vida é saborear cada momento do dia, com calma, sentir um perfume, ouvir um barulho. São sensações que conseguimos perceber, porque temos esta forma lenta de viver", afirma.
    Idêntico a Santo Antônio.
O prefeito de Levanto, Maurizio Moggia, acredita que o que a cidade vive é algo próximo da felicidade. “A grande maioria das pessoas não poderá nunca atingir aquela felicidade falsa, da publicidade, do grande sucesso. Aquela é feita pra poucos”, declara.
“Acho que a máxima expressão da felicidade é o prazer de estar com os outros, ter amigos e poder cultivá-los, degustar um prato especial, um vinho especial. Acho que é essa a extraordinária essência da vida, para mim e para todos os levanteses", afirma o prefeito de Levanto, Maurizio Moggia.
texto baseado em matéria do Globo Repórter, de 06/12/2.010. Uma grande contribuição ao nosso país,  que deveria servir de  bíblia diária dos nossos governantes.Para ver ao vivo e a cores, esta belíssima reportagem da Globo, clique no link abaixo:
CIDADES DO BEM VIVER  LEVANTO
Atenção: comentários destacados neste corpo e tipo, em amarelo, são de "Poucos Nunes de Azevedo".

4 comentários:

  1. Parabéns, "poucos", pela brilhante comparação.
    O viver bem deveria fazer parte da maioria dos brasileiros. Nossas cidades têm muito a oferecer, mas... os Homens ainda não descobriram o turismo como fonte de renda e de "bem estar".
    Agradeço por me dar o privilégio de acompanhar sua boa postagem.
    Um abraço,

    Paulo de Tarso

    ResponderExcluir
  2. A ideia de trazer para Santo Antonio do Pinhal, pequenas iniciativas para alavancar o turismo em nossa cidade, seja através do turismo rural ou mesmo dando ênfase na beleza que nos cerca, deve ser vista como prioridade.



    www.imobiliariabm.com

    ResponderExcluir
  3. A ideia de trazer para Santo Antonio do Pinhal, pequenas iniciativas para alavancar o Turismo em nossa cidade, seja através do turismo rural ou mesmo dando ênfase na beleza que nos cerca, deve ser vista como prioridade.

    www.imobiliariabm.com

    ResponderExcluir
  4. io,letterio,sono arrivato qui non per ballare il samba insieme a
    tanti turisti distratti ma per conoscere il brasile,quello vero.
    l´ho trovato qui,dove la gente e´vera,dove c´e´ una imprenditoria
    che,se pur non sostenuta dall´amministrazione cerca tra mille
    difficolta´ di far decollare un turismo culturale che ti faccia conoscere il vero spirito di questo splendido territorio e della gente profondamente legata ad esso.ho parlato con tanti ed ho appreso di tante iniziative che potrebbero dare una svolta ma restano inascoltate.questo paese
    proiettato verso il futuro mi ricorda il suo albero piu´
    simbolico, araucária con la chioma protesa in alto ma con le
    radici ben salde alla terra che l´ha generata ed alla quale
    essa appartiene.vorrei rivolgermi a chi amministra questa
    comunita´ per chiedergli di ascoltare i tanti che amano
    profondamente questa terra e desiderano solo il meglio per
    essa eper la comunita´ che ne condivide il destino.
    grazie,ringrazio tutti coloro che mi hanno dato il privilegio
    di avere questa conoscenza.......

    ResponderExcluir